Câmara dos Deputados debate o retorno às aulas em audiência pública remota
Undime participa representada pela presidente da seccional fluminense, Stella Salomão A Comissão de Educação da Câmara […]
Undime participa representada pela presidente da seccional fluminense, Stella Salomão
A Comissão de Educação da Câmara dos Deputados realizou na manhã desta segunda-feira (29) audiência pública para debater o retorno seguro às aulas, a vacinação de professores e os riscos da pandemia.
O debate proposto pela deputada Professora Rosa Neide (PT-MT) e subscrito pelos Deputados Idilvan Alencar (PDT-CE) e Reginaldo Lopes (PT-MG), teve a participação da professora Stella Magaly Salomão Correa, Secretaria de Articulação da Undime e Presidente da Undime/ RJ; do presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Heleno Araújo; do secretário de Educação do Estado da Bahia e representante do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), Jerônimo Rodrigues; Ethel Maciel, representando a Universidade Federal do Espírito Santo (UFES); do diretor da Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino (Confenen), Paulino Delmar Pereira; da deputada estadual em Santa Catarina e representante do Fórum de Parlamentares das Comissões de Educação das Assembleias Legislativas, Luciane Carminatti; e da presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Rosana Barroso.
Stella Salomão iniciou o debate contextualizando o público a respeito da pesquisa realizada pela Undime que ouviu 2 entre cada 3 redes municipais de educação do país sobre os desafios enfrentados em 2020 e como está prevista a volta às aulas em 2021. Sobre o ano que passou, a pesquisa revela que quase 70% das redes respondentes concluíram o ano letivo de 2020 até dezembro e que a grande maioria o fez apenas com atividades não presenciais e que as principais dificuldades enfrentadas neste momento é de infraestrutura de estudantes e escolas. Quanto ao retorno em 2021, a maior parte das redes planejaram começar o ano letivo de forma remota e híbrida.
Ainda de acordo com o estudo, a representante da Undime explicou que para quase 60% das redes respondentes, a participação dos alunos nas atividades remotas foi acima de 75%. “Seja com atividades não presenciais ou por material impresso, é preciso garantir que o direito de aprender seja ofertado aos nossos alunos”, frisou.
O representante do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), Jerônimo Rodrigues, lembrou da parceria do Congresso Nacional neste momento e ressaltou a necessidade do regime de colaboração entre União, estados e municípios. “Quando um sujeito do regime de colaboração se ausenta ou joga contra, tudo se torna mais difícil. Precisamos que todos os sujeitos participem de forma efetiva e o governo federal faz muita falta. Se não fosse a participação dos parlamentares, Undime, movimento estudantil e de trabalhadores estaríamos em uma situação muito mais penosa”, explica.
Volta às aulas presenciais
O diretor da Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino (Confenen), Paulino Delmar Pereira, que também é presidente do Sindicato dos estabelecimentos de ensino no estado do maranhão – Sinepe/MA, apresentou a experiência exitosa da rede particular de São Luís, no Maranhão que foi a primeira capital do Nordeste a retornar às atividades educacionais em 3 de agosto de 2020, de forma híbrida.
Heleno Araújo, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), disse que os trabalhadores e trabalhadoras da educação básica pública brasileira têm se reunido frequentemente e deliberaram que querem voltar às atividades presenciais, mas que a volta ocorra com segurança sanitária. Pedem que o país faça testagem em massa e que tenha capacidade e as condições de fazer um mapeamento dos casos de infecção, necessários para evitar a disseminação, e sugere a reelaboração dos protocolos sanitários com a participação de todos os segmentos da comunidade escolar.
Ethel Maciel, professora titular do departamento de enfermagem da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), apresentou um estudo realizado analisando o perfil das crianças, adolescentes e jovens em idade escolar com resultados positivos com o resultado para detecção de Covid. A pesquisadora alertou que 35% das crianças com resultado positivo não apresentaram sintomas e que apenas 26% apresentaram febre. Assim, afirma que a medida mais importante na escola é garantir o distanciamento físico entre os alunos.
A estudante Rosana Barroso, presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) acredita que a educação também representa um serviço essencial e merece ser tratada como tal. “É preciso prioridade na vacinação, prioridade de recursos, ser prioridade nas casas das famílias”, alerta.
A deputada estadual de SC, Luciane Caminatti, representante do Fórum de Parlamentares das Comissões de Educação das Assembleias Legislativas, fez críticas ao governo federal e ao Ministério da Educação. “O MEC está omisso, ausente, não se preocupa com a vida dos trabalhadores em educação, com a vida dos estudantes e familiares. O protagonismo que temos hoje na educação brasileira é graças ao esforço dos trabalhadores, com os professores que se reinventaram, graças a gestores e lideranças comprometidas com a educação e de parlamentares comprometidos com a vida”, conclui.
Ao finalizar o debate, a deputada federal Professora Rosa Neide agradeceu a participação das instituições e reiterou o pedido que o governo federal, através do Ministério da Educação, seja o suporte principal e lidere a educação brasileira.
Fonte: Undime
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