Primeiro Seminário de Educação Infantil da Undime/SC é recorde de público em Blumenau
Educadores de 180 municípios dos estados do Ceará, Mato Grosso do Sul, Piauí, Paraná, Rio de […]
Educadores de 180 municípios dos estados do Ceará, Mato Grosso do Sul, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul , Tocantins e Santa Catarina estarão reunidos, de 19 a 20 de outubro, para debater sobre primeira infância e alfabetizaçãoCom mais de 750 participantes, maior evento de educação infantil do Sul do país, teve início nesta quarta (19), com vivências práticas nos Centros de Educação Infantil do município (CEIs), apresentações artísticas, exposição de trabalhos da rede municipal, feira de produtos e serviços educacionais e diálogos acerca da primeira infância e alfabetização, no Teatro Carlos Gomes, em Blumenau.
No período da manhã, professores, gestores escolares, dirigentes de educação e equipes técnicas se dividiram em três grupos para visitação as práticas pedagógicas implementadas pelos CEIs Irmã Mª Christa Prüllage, Emília Piske e Profª Marlise Strittorst Theis. Além dessas experiências, os participantes puderam prestigiar outros trabalhos desenvolvidos por pela rede municipal, numa exposição que percorre desde a recepção até os corredores e escadas do teatro, exaltando o protagonismo das crianças no processo de aprendizagem.
Acolhida é marcada por apresentação cultural
Ao som das gaitas de oito baixos, alunos da Fábrica de Gaiteiros recepcionaram o público com uma apresentação calorosa. Coordenado pelo professor Gustavo Almeida, o projeto teve início em 2019, numa parceria com o Instituto Renato Borghetti, voltado para alunos com idade de 7 a 15 anos.
No auditório, mais emoção e mostras da cultura alemã. Cerca de 40 estudantes da Escola Básica Municipal Bilíngue Duque de Caxias apresentaram músicas tradicionais, sob orientação do maestro, professor Robson Brandt, do programa de Bandas e Fanfarras da Semed de Blumenau.
Momento de integração inspira participantes
“Viemos do município de Guaramirim na intenção de absorver conhecimentos e poder compreender a intencionalidade pedagógica referenciada pela Educação Blumenauense. E o que encontramos desde a recepção até as visitas foi um ambiente no qual se vê de fato o protagonismo da criança. Isso nos inspira a repensarmos práticas a partir desta bagagem de conhecimentos”, diz a técnica Valciria Lana de Souza, que veio da região norte do estado com mais 20 educadores da rede municipal de Guaramirim (SC).
Para a secretária Municipal de Educação de Caibi (SC), Ducélia Terezinha Cé Naibo, a interação em eventos da Undime/SC sempre proporcionam aprendizados enriquecedores, mas neste destaca a prática como instrumento chave para estar implementando novas ações. “Tenho certeza que a partir das propostas apresentadas conseguiremos trazer pra nossa realidade e adaptá-las, avaliando o que pode ser feito a partir do que já executamos na educação infantil do município”, explica.
O público se mostrou motivado a cada palavra e descoberta. São pequenas ações que transformam, direcionando um novo olhar para as crianças. “Trouxemos a realidade de Blumenau, mostrando que é possível ter uma educação infantil de qualidade, a partir do trabalho com brinquedos não estruturados, com elementos da natureza, permitindo que as crianças se tornem protagonistas da própria aprendizagem”, afirma a presidente da Undime/SC e Região Sul, Patrícia Lueders (DME de Blumenau).
Lueders conduziu a cerimônia de abertura que contou ainda com a presença do secretário de Educação Básica do Ministério da Educação (SEB/MEC), Mauro Rabelo; com participação do prefeito de Blumenau, Mário Hildebrandt; e da vice-prefeita, Maria Regina de Souza Soar; prefeito de Florianópolis, Topázio Neto; além de representantes do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE); Secretaria de Estado da Educação (SED); União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME); Conselho Estadual de Educação (CEE/SC), Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Fundação Maria Cecília Souto Vidigal (FMCSV) e Câmara Municipal de Blumenau.
Questões socioemocionais instigam a reflexão
Em palestra de abertura, a psicóloga e educadora Camila Cury inicia a fala indagando o público sobre inteligência emocional: “quem aqui gostaria de ter um temperamento mais tranquilo? Não se estressar com pequenas coisas?”, questionou, propondo análises sobre a importância do autocuidado como um instrumento indispensável para o cuidado com o outro, especialmente na educação.
Em torno da temática “Socioemocional não é luxo!”, Cury trouxe o conceito “janela killer”, que pode ser aplicado para descrever situações de auto sabotagem. “Quando os nossos níveis de estresse estão muito altos, o nosso campo de visão é comprometido, então as nossas respostas são muito mais instintivas do que racionais”, complementando com exemplos corriqueiros, como comer por impulso em meio à dieta.
A palestrante traz a reflexão para a educação infantil, que requer o olhar sensível do profissional, com propósitos para lidar com as crianças. “A diferença está na intencionalidade do processo educacional, em estar preparado para reconhecer sua responsabilidade no desenvolvimento das aprendizagens”.
A arte de protagonizar
Os tempos e os espaços de aprendizagem precisam proporcionar experiências que provoquem os sentidos das crianças. “É necessário pensar em propostas significativas com experiências instigantes, que tenham a criança como protagonistas das práticas pedagógicas”, explica a presidente da Undime/SC em palestra ministrada durante o seminário.
Segundo Lueders, a criança precisa do toque, vivenciar experiências, para aprender e, os educadores precisam estimulá-las a partir da ampliação de repertório cultural e científico. “Como vocês puderam ver a exposição que está por este teatro, todos os trabalhos desenvolvidos pela rede municipal foram feitos pelas mãos das crianças, mas sempre com propósito. Na educação infantil não existe hora livre, até quando estão brincando no parque deve haver intencionalidade”.
A presidente explica que o planejamento das práticas deve contar também com apoio de tecnologias, mas com moderação. “Não se deve ter tv na sala da educação infantil, tv se tem em casa. Podemos sim contar com esses recursos pra ampliação de conhecimentos, tê-los em alguma sala, mas não em todas. Criança precisa de vivências para aprender”. Para ela, material não estruturado possibilita um leque de aprendizados, a partir da criação de hipóteses. “As crianças precisam ser instigadas a investigar, criar suposições, aprendendo com a intervenção do professor, mas sem tirar o seu protagonismo”, conclui a presidente em diálogo enriquecedor.
Descontração entusiasma público
Network e muita troca de conhecimentos caracterizam eventos da Undime Santa Catarina. Além das palestras, os participantes têm a oportunidade de visitar a feira educacional de empresas do segmento, em exposição, tendo acesso a produtos e serviços inovadores, apresentando as últimas tendências e soluções educacionais.
Uma celebração de aniversário, pelos 35 anos da seccional catarinense, encerrou o primeiro dia de atividades no Teatro Carlos Gomes, em Blumenau, com a Banda da Oktoberfest, e homenagem e mimos aos inscritos. A comemoração teve a presença do Vovô e Vovó Chopão e da Realeza da Oktoberfest 2022.
O 4º Seminário de Educação da UndimeSC: Primeira Infância e Alfabetização traz a tona discussões acerca do desenvolvimento e aprendizagens de crianças de 0 a 5 anos, apresentando experiências e compartilhando resultados significativos de vivências na educação, além de demonstrar a relevância e preocupação de cuidar também do interior, no processo pedagógico e de alfabetização.
Temáticas exclusivas contemplam o que é preciso para garantir o direito a alfabetização e contextos provocativos, acerca da valorização da curiosidade e criatividade na primeira infância, serão debatidas entre especialistas e educadores nesta quinta-feira (20), último dia de atividades do seminário.
Por Undime/SC
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