Comissão aprova método de ensino diferenciado para os jovens do meio rural
A Comissão de Educação (CE) aprovou nesta terça-feira (5) o parecer do senador Pedro Chaves (PRB-MS) […]
A Comissão de Educação (CE) aprovou nesta terça-feira (5) o parecer do senador Pedro Chaves (PRB-MS) favorável ao projeto (PLC 184/2017) que inclui a Pedagogia da Alternância na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB – Lei 9.394), como uma das metodologias a serem adotadas pelas escolas em áreas rurais.
A Pedagogia da Alternância, desenvolvida primeiramente na França, busca compatibilizar as atividades teóricas da educação escolar com as atividades práticas do campo. A proposta segue agora para votação do Plenário do Senado.
O método prevê que durante duas semanas os jovens aprendam na escola conhecimentos gerais e técnicos voltados para a realidade agrícola. Na quinzena seguinte, o estudante tem a oportunidade de aplicar esses conhecimentos no campo, geralmente em propriedades familiares ou nos arredores da escola. O método foi estabelecido por educadores e camponeses franceses em 1935, tendo chegado ao Brasil em 1969.
Implantação
Pedro Chaves destacou durante a votação que a Pedagogia da Alternância, apesar de ainda não prevista na LDB, “tem gerado resultados significativos onde é aplicada”. Ele citou dados da União Nacional das Escolas Famílias Agrícolas do Brasil (Unefab) e das Associações Regionais das Casas Familiares Rurais (Arcafar), segundo os quais já há 270 instituições que adotam o modelo no país, atendendo a cerca de 17 mil estudantes.
– Organizar de forma dinâmica e múltipla a sala de aula é um dos fatores que conduzem à qualidade na educação. Engessar as escolas, limitando-se a padrões tradicionais, é também promover evasão, repetência e exclusão. O pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas casa muito bem com as demandas específicas do campo, por exemplo – disse Chaves.
Para o senador Lasier Martins (PSD-RS), o reforço à Pedagogia da Alternância pode corrigir algumas das distorções históricas que ele acredita haver no modelo educacional brasileiro voltado para as áreas rurais.
– Num país preponderantemente agrícola como o nosso, esta proposta surge num momento muito importante. Temos passado pelo problema da evasão da lavoura, da fuga do campo, por parte dos mais jovens. Acredito que esta metodologia mista, estando ora na lavoura, ora na escola, ora de repente numa universidade, pode corrigir alguns dos problemas que temos percebido no campo – afirmou.
Os senadores também avaliam que incluir formalmente a metodologia na LDB pode ajudar a superar resistências existentes em alguns estados, assim como carrear mais verbas orçamentárias para a educação no campo.
Fonte: Agência Senado
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