Maioria das escolas municipais está adotando estratégias combinadas, com aulas remotas e presenciais, revela pesquisa da Undime com apoio do UNICEF e Itaú Social

Ainda há, no entanto, cerca de 14% das escolas de ensino fundamental com aulas totalmente remotas […]

Publicado em Notícias - 07/12/2021.

Ainda há, no entanto, cerca de 14% das escolas de ensino fundamental com aulas totalmente remotas

Brasília, 7 de dezembro de 2021 – Neste segundo semestre de 2021, grande parte das redes municipais de ensino reabriu para aulas presenciais. A maioria está combinando estratégias presenciais e remotas; cerca de um terço está com aulas totalmente presenciais; e ainda há redes com aulas apenas remotas. É o que revela a sexta onda da pesquisa sobre o planejamento das redes municipais de ensino quanto às atividades escolares e ao calendário de 2021, realizada pela União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), com apoio do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e Itaú Social. O estudo ouviu 2.851 municípios brasileiros (51%), o que representa quase 12 milhões de estudantes atendidos pelas redes municipais.

O estudo mostra que a maioria das redes está adotando a oferta da educação por meio de estratégias combinadas, isto é, presencial e remota. Na educação urbana, nos anos iniciais do ensino fundamental, 52,7% adotam estratégias combinadas (presencial e remota), 34,6% estão totalmente presencial e 12,7% totalmente remoto. Nos anos finais do ensino fundamental, são 53%, 33% e 14%, respectivamente.

Quando se analisa as informações sobre como está sendo ofertada a educação do campo por etapa, os números revelam que nos anos iniciais 46,5% das redes estão adotando estratégias combinadas, 35,4% totalmente presencial e 18,1% estão realizando essa oferta de maneira totalmente remota. Os números são parecidos quando se trata dos anos finais do ensino fundamental – estratégias combinadas (47%), totalmente presencial (34,1%) remoto (18,9%).

A tendência do uso de estratégias combinadas ocorre também na educação especial do ensino fundamental, em que, nos anos iniciais, 54,2% das redes seguem a estratégia combinada (presencial e remoto), 28,6% estão totalmente presencial e 17,2% totalmente remoto. Nos anos finais, são 53%, 28,3% e 18,6%, respectivamente.

De acordo com as informações levantadas, 42,5% das redes respondentes iniciaram o segundo semestre de 2021 em julho e 50,6% em agosto. Além disso, 95,4% das redes afirmaram que o calendário letivo de 2021 será concluído ainda neste ano e 4,6% apenas em 2022. Questionados sobre quando deve ser iniciado o calendário letivo do próximo ano, 11,9% informaram ser em janeiro e a grande maioria (81,6%) no mês de fevereiro.

A pesquisa buscou entender como as redes têm se planejado quanto às atividades escolares e ao calendário letivo de 2021 e 2022, bem como sobre a oferta de educação presencial e não presencial, quais os principais desafios das Secretarias Municipais de Educação neste momento e como as redes estão se preparando para as atividades presenciais. O levantamento aconteceu por meio de questionário on-line, aplicado de 19 de outubro a 15 de novembro.

Adesão às aulas presenciais

A pesquisa perguntou, também, sobre a adesão dos estudantes às atividades presenciais. Nos anos iniciais do ensino fundamental, 56,2% das redes afirmam que todos ou quase todos estão frequentando, 25,8% afirmam que mais da metade está frequentando, 6,4% disseram que menos da metade e 11,6% que as aulas presenciais ainda não retornaram. Nos anos finais, foram 52,4%, 26,6%, 7,5% e 13,5% respectivamente.

O presidente da Undime, Luiz Miguel Martins Garcia, Dirigente Municipal de Educação de Sud Mennucci/ SP, reforça a importância das pesquisas para a melhoria da educação nos municípios brasileiros. “Quando começamos a realizar estes estudos com as redes, logo no início da pandemia, não imaginávamos que a educação mudaria tanto. Todos precisaram se reinventar e, neste momento, de retomada às atividades presenciais em grande parte das redes, é preciso trabalhar na realização de avaliações diagnósticas com o objetivo de identificar como está a aprendizagem dos estudantes. Sabemos que teremos defasagens, mas agora é hora de focarmos a nossa energia na identificação dos problemas e assim, atuarmos na recomposição do aprendizado”, comenta.

Assim como na última edição da pesquisa, materiais impressos e orientações por whatsapp continuam liderando os métodos utilizados para a realização de atividades não presenciais em 2021. Na sequência, aparecem as videoaulas gravadas que são utilizadas por 48,2% das redes respondentes nos anos finais, 63,3% nos anos iniciais do ensino fundamental e 34,5% na Educação de Jovens e Adultos. O que se percebe ao fazer uma análise em relação às ondas anteriores da pesquisa é que as videoaulas gravadas têm ganhado espaço como ferramenta.

Outro dado que chama atenção quando comparado à onda anterior da pesquisa, realizada entre junho e julho deste ano, é que aumentou consideravelmente o número de redes que já concluiu os protocolos de segurança para o retorno às aulas presenciais. No meio do ano, 57% das redes respondentes tinham concluído os protocolos e 40,4% ainda estavam em fase de construção. A pesquisa mais recente revela que 82,2% das redes já concluíram os protocolos e somente 9,2% estão em fase de construção; 8,1% das redes declararam utilizar o protocolo da Secretaria de Estado.

Em relação às estratégias para acompanhar e monitorar as atividades pedagógicas que estão sendo realizadas ao longo deste ano, se destacam duas como sendo as realizadas com maior frequência pelas redes respondentes: conversas regulares com diretores e coordenadores pedagógicos para discutir e acompanhar a aprendizagem dos estudantes (78,2%) e apoio às escolas para análises e diagnósticos a partir de avaliações internas (56,3%).

“O Brasil está entre os países em que as escolas ficaram fechadas por mais tempo. Em novembro de 2020, havia 5 milhões de estudantes sem acesso à educação no País, voltando duas décadas no acesso à educação. Por isso, é essencial que todas as escolas retomem as atividades presenciais e invistam para que cada estudante volte às salas de aula. Esse deve ser um esforço conjunto, de municípios, de escolas, famílias e comunidade escolar, para que as crianças e os adolescentes tenham seu direito à educação qualidade garantido, estando na escola, convivendo com seus colegas e aprendendo”, afirma Florence Bauer, representante do UNICEF no Brasil.

“As redes municipais de educação responderam muito bem aos desafios do ensino remoto na pandemia, se adaptando em tempo recorde ao novo modelo. Porém, os esforços continuarão em 2022. Combinar ensino remoto e presencial é a nova realidade, mas precisamos buscar ampliar o acesso à tecnologia, tanto nas escolas quanto para as famílias. Além disso, os dirigentes sinalizaram que vão priorizar a busca ativa escolar e a recomposição de aprendizagens. Essas medidas são essenciais para se reduzir as desigualdades, tão aprofundadas neste momento que estamos vivendo”, considera a gerente de Pesquisa e Desenvolvimento do Itaú Social, Patrícia Mota Guedes.

Corroborando com isso, o suporte para diretores escolares (62,6%) aparece como o principal foco dentre as ações implementadas para apoiar as escolas na oferta de ensino em 2021. Na sequência, aparecem a Busca Ativa Escolar (62%), o apoio com material pedagógico (60,8%) e o suporte para a realização de avaliações diagnósticas (59,7%).

Desafios

A pesquisa revela que o acesso à tecnologia pelos estudantes segue sendo o maior dos desafios enfrentados pelas redes respondentes. Além deste desafio já conhecido, aparecem com grande destaque dois outros vinculados à perspectiva de retorno às atividades presenciais: a recomposição de aprendizagem e a motivação dos estudantes, relacionado com a atenção que as redes têm dado à busca ativa dos alunos.

Clique aqui e confira o relatório completo da pesquisa.

Fonte: Undime Nacional

https://bit.ly/3DvPDe3

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