Saiba como foi o terceiro dia do 9º Fórum Nacional Extraordinário

Avaliação diagnóstica, recuperação/ recomposição de aprendizagens, garantia de aprendizagem e Plano Nacional de Educação foram alguns […]

Publicado em Notícias - 19/08/2022.

Avaliação diagnóstica, recuperação/ recomposição de aprendizagens, garantia de aprendizagem e Plano Nacional de Educação foram alguns dos assuntos discutidos no evento

Avaliação diagnóstica e a oferta de atividades de recomposição/ recuperação de aprendizagem foi a primeira mesa redonda da tarde de quinta-feira (18) no 9º Fórum Nacional Extraordinário da Undime.

O debate buscou refletir sobre a recomposição de aprendizagens, em especial no  retorno às aulas presenciais pós pandemia, e apresentar quais ações coordenadas podem ser construídas entre as redes para enfrentar os desafios causados pelo fechamento das escolas durante este período.

Participaram do bate-papo Katia Smole, diretora do Instituto Reúna; Angela Dannemann, superintendente do Itaú Social; e Myrian Caldeira Sartori, diretora de Políticas e Diretrizes da Educação Básica do Ministério da Educação. A presidente da Undime Sergipe, Josevanda Franco, Dirigente Municipal de Educação de Nossa Senhora do Socorro/SE fez a mediação da mesa, e afirmou a importância das redes buscarem garantir a permanência de cada estudante na escola. “Quando não fazemos a educação no nível que permita a aprendizagem, nós estamos violando o direito da criança ou adolescente”, disse.

As participantes destacaram a necessidade da recomposição/recuperação de aprendizagem, a preocupação com o currículo, e que é preciso agir em conjunto e construir uma escola baseada em uma política nacional de composição curricular.

“Precisamos aproveitar este momento de crise para dar um salto nos níveis educacionais, e construir uma nova escola, que alfabetiza, que ensina. Recuperação é importante, faz parte da recomposição, mas não adianta fazer uma semana de boa recuperação e seguir como se nada houvesse. Recuperação é um ajuste feito, e recomposição tem a ver com currículo”, ressaltou Katia Smole. “Acreditem muito, porque os nossos estudantes da escola pública só têm essa chance. Então façamos o melhor que nós pudermos, na condição que nós temos”, completou.

Uma das áreas mais impactadas pela suspensão das aulas presenciais, devido à pandemia da covid-19, a alfabetização de crianças até o 2º ano do ensino fundamental é um grande desafio para professores, coordenadores pedagógicos, gestores escolares, dirigentes municipais e estaduais de educação.  O assunto foi debatido na mesa redonda A alfabetização de crianças na educação infantil e no ensino fundamental, formada por Telma Ferraz Leal, da CEEL/UFPE; Anita Stefani, gerente de articulação do Instituto Natura; Daniela Montuani, vice-diretora do Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita (Ceale) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); e mediação da presidente Undime Paraná, Márcia Aparecida Baldini, Dirigente Municipal de Educação de Cascavel/ PR.

Na fala de abertura, Márcia Baldini ressaltou a importância da alfabetização de crianças na idade certa. “A alfabetização hoje é um dos principais problemas das políticas públicas do nosso país, e umas das questões que mais me preocupa hoje, como dirigente. Alfabetização na educação infantil é o que vai dar seguimento durante todo o processo de educação básica. Os dados que temos de pós pandemia são muito preocupantes, pois o período trouxe um atraso, que vamos demorar de dois a seis anos para recuperar todo esse processo”.

Anita Stefani falou da necessidade de implementar e promover o regime de colaboração.“Não adianta achar que a rede estadual não precisa se preocupar, porque esse aluno depois vai para o ensino médio. Então a criança precisa ter uma educação de qualidade, há uma corresponsabilidade. Para pensar nas políticas públicas é necessário ter consciência do processo de alfabetização para a gente definir quais são as melhores estratégias”.

Ainda falando sobre o contexto pós pandemia, a mesa redonda Os desafios dos anos finais do ensino fundamental para a garantia da aprendizagem, debateu sobre esses desafios que se atenuaram com a pandemia de covid-19. A mediação foi da suplente da presidência da Undime Região Sudeste e presidente da Undime São Paulo, Márcia Aparecida Bernardes, Dirigente Municipal de Educação de Mairiporã/ SP. Participaram da discussão Barbara Panseri, coordenadora de impacto da Fundação Lemann; Maria Regina Passos, assessora técnica da Undime; e Leuzinete Pereira da Silva, secretária de Estado da Educação do Maranhão, representando o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed).

Para Maria Regina, os principais desafios para a garantia da aprendizagem incluem a escola desconectada com a vida, a falta de conhecimento sobre o que é a adolescência, a formação docente desalinhada com a atual realidade, o desconhecimento do território no qual a escola está inserida e a falta de escuta dos alunos. “Temos mais uma responsabilidade para que nós possamos de fato fazer desse país um país em que a educação pública seja levada a sério. O nosso maior impasse é levar o currículo novo para a sala de aula. Por isso, o investimento na formação continuada do professor no seu local de trabalho é extremamente importante, pois é essa formação, que acontece dentro da escola, que vai garantir a mudança no sistema de ensino. Vamos fazer do nosso trabalho um trabalho de resistência, para que todo vulnerável tenha o direito de se desenvolver a partir da escola pública”.

Márcia Bernardes finalizou afirmando que, apesar dos desafios, é preciso acreditar em uma educação pública de qualidade. “Os desafios são enormes, eu acredito na educação pública. Muitos dos nossos estudantes só têm a escola pública e nós estamos fazendo isso por eles”.

O Ministro da Educação, Victor Godói, esteve presente no evento durante a tarde desta quinta-feira (18) e aproveitou para visitar os estandes e fazer um pronunciamento no auditório principal. “Foi difícil para o Brasil, e para o mundo, enfrentar na educação uma crise de tamanha magnitude, que fechou escolas e interrompeu atividades escolares. Apesar dos desafios, temos algumas coisas para comemorar, como por exemplo a aprovação do novo Fundeb e a Comissão Intergovernamental para discutir o VAAR. Temos que usar a tecnologia a nosso favor, como no ensino a distância, mas o papel do professor é fundamental. O Brasil tem que pensar uma política de valorização do professor, consistente e que olhe para o futuro da educação”.

Plano Nacional de Educação

O Plano Nacional de Educação foi discutido na última mesa do dia, na conferência Desafios e demandas para o Plano Nacional de Educação (2024/ 34). Participaram ítalo Francisco Curcio, membro titular do Fórum Nacional de Educação (FNE); e o presidente da Undime Pernambuco, Natanael José da Silva, Dirigente Municipal de Belém de Maria/PE.  A mediação foi de Alessio Costa Lima, Dirigente Municipal de Educação de Ibaretama/ CE e vice-presidente da Undime.

Quarto e ultimo dia

Na sexta-feira (19), último dia de Fórum, a programação começa com a mesa redonda Plataformas de gestão da Undime e parceiros: Busca Ativa Escolar e Conviva Educação. Em seguida, a Undime, Itaú Social e o UNICEF vão apresentar os Resultados da 8ª onda da pesquisa sobre oferta da educação na pandemia. Por fim, a palestra Relatório da comissão internacional sobre os futuros da educação; e a plenária Alterações estatutárias marcam o encerramento do evento.

9º Fórum Nacional Extraordinário dos Dirigentes Municipais de Educação
Data: 16 a 19 de agosto de 2022
Local: Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB) – Brasília/DF
Informações: https://forumnacionalundime2022.com.br/

Fonte: Undime

http://undime.org.br/noticia/18-08-2022-20-22-saiba-como-foi-o-terceiro-dia-do-9-forum-nacional-extraordinario

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