Undime participa do Encontro Anual Educação Já e destaca que financiamento da Educação deve ser prioridade

Divulgar e debater um balanço da Educação Básica em 2019 e as perspectivas de avanços diante do atual cenário nacional para 2020. Com esse intuito, começou nesta segunda-feira (9), o Encontro Anual Educação Já, em Brasília. A Undime marcou presença no evento com as presenças do presidente Luiz Miguel Martins Garcia, Dirigente Municipal de Educação (DME) de Sud Mennucci (SP) e dos presidentes regionais – Alessio Costa Lima, DME de Alto Santo (CE), pelo Nordeste; Raimundo Vilarins, DME Caracaraí (RR), pelo Norte; Vilmar Lugão de Britto, DME de Jerônimo Monteiro (ES), pelo Sudeste; e Patrícia Lueders, DME de Blumenau (SC), pelo Sul. A assessora institucional da Undime, Maria Edineide de Almeida Batista também acompanhou as discussões.

O encontro reúne lideranças do setor público e da sociedade civil, especialistas, alunos e educadores, para debater e analisar os avanços e desafios das políticas educacionais prioritárias para melhorar o Ensino Básico brasileiro. Nesta primeira edição, o evento é reservado a convidados, mas é possível acompanhar as discussões ao vivo pelo link https://www.todospelaeducacao.org.br/conteudo/assista-online/?utm_source=Live-evento-site.

Na abertura, a presidente executiva do Todos pela Educação, Priscila Cruz, destacou os motivos pelos quais ela acredita que todo o público estava ali reunido. “Porque a gente não desiste. Porque acreditamos que é por meio das pessoas que vamos construir a nova onda, a onda da educação. A gente acredita que é pela educação que vamos conquistar a oportunidade para que todas as crianças e jovens tenham uma vida melhor. Porque somos uma coalizão, um grupo de pessoas sérias, comprometidas pra que o Brasil atinja os resultados que precisamos. E, por fim, porque essa coalizão junto com os governos, os gestores, construiu uma agenda comprometida com a Educação”, disse ela ao se referir ao Educação Já!, que é uma iniciativa suprapartidária que reúne diversos especialistas e organizações na elaboração de propostas para alavancar a qualidade da Educação Básica.

Na ocasião, foi lançado o Relatório Anual Educação Já!, que apresenta uma análise sobre os avanços e entraves de cada uma das sete políticas prioritárias elencadas pela iniciativa. Em linhas gerais, o relatório passa três mensagens chave: a Educação Básica brasileira caminhou para frente em 2019, ainda que a passos lentos; o protagonismo de atores do poder público fora do Ministério da Educação (MEC), em particular estados, municípios, Conselho Nacional de Educação e Congresso Nacional, garantiram que a área não ficasse parada; e que os pontos de alerta em 2020 são a aprovação do novo Fundeb, a implementação do Novo Ensino Médio e o indicativo explícito de uso do MEC para uma “revolução cultural”.

Balanço 2019 e perspectivas 2020

O primeiro debate da manhã reuniu representantes da Undime, Consed, Conselho Nacional de Educação, Frente Parlamentar Mista da Educação, Unesco e Todos pela Educação. A proposta foi fazer um breve balanço do ano passado e falar das expectativas para esse ano.

Na avaliação do presidente da Undime, 2019 foi um ano de angústia por parte dos dirigentes municipais no que se referiu à demora por parte do MEC na definição de políticas públicas, a exemplo da continuidade ou não de alguns programas da pasta e, sobretudo, uma compreensão muito tímida por algumas áreas do que é regime de colaboração, que “é construir junto, não é entregar um documento pronto para que possamos ler e homologar”. Ainda na visão dele, “2019 foi o ano que mostrou o perigo da estrangulação financeira que nós vivemos e a importância de ter não só o Fundeb que seja permanente como um Fundo que seja equitativo”.

Garcia trouxe à tona ainda a Agenda da Aprendizagem – documento construído em conjunto pelas duas instituições, que aponta quais são as demandas consideradas urgentes para os estados e municípios no que se refere à Educação. “Mesmo diante de todo o cenário, Undime, Consed e toda a sociedade civil não se calaram e, nesse sentido, a Agenda da Aprendizagem é um documento em permanente construção e que se alinha com as demandas dos municípios”.

Para 2020, o presidente da Undime acredita que o financiamento da Educação deve ser uma prioridade, bem como deve ser tratado com seriedade. “Queremos um fundo que permita também o desenvolvimento da educação, não só a manutenção”, enfatizou Garcia ao complementar que espera um fortalecimento do regime de colaboração, avanços na implementação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e que a Undime possa ser a grande articuladora da Educação Infantil.
Fonte/Fotos: Undime